Blog dedicado ao livro A. Mateus, Economia Portuguesa, Editora Principia.

Month: Abril, 2015

Que caminhos para Portugal?

A8_NSAPMS2_large Com as eleições legislativas a aproximarem-se é tempo de se fazer uma reflexão sobre que questões o eleitorado colocará aos partidos políticos. As questões económicas que deveriam ser postas podem resumir-se em cinco: (i) que emprego se vai criar? (ii) qual a melhoria de rendimentos e salários? (iii) como se vai completar o programa de ajustamento e colocar a dívida pública numa trajetória sustentável? Os economistas mais esclarecidos e empresários irão perguntar: como se vão desalavancar as empresas portuguesas; e os trabalhadores e pensionistas: como restabelecr a credibilidade e sustentabilidade das pensões? Qualquer programa terá que respeitar a restrição orçamental para manter o acesso aos mercados financeiros e eventualmente levar a uma redução do risco da nossa dívida, o que só se consegue se sairmos em 2016 do grupo dos países com “défices excessivos” e se a recuperação do PIB se acentuar. Em termos de política orçamental propomos que se comece por reduzir os impostos mais distorcionários e só depois se expanda a despesa em áreas prioritárias, e sempre respeitando a necessidade de gerar um excedente primário de 1 a 2% do PIB. Depois de fazer um tour de horizon das propostas maiQue caminhos para Portugal r.2s recentes de política económica mais interessantes (na Alemanha, França e Espanha) a apresentação debruça-se sobre as três grandes áreas em que um programa económico se deve basear: (i) promover a competitividade da economia e a expansão dos transacionáveis, (ii) sustentar a desalavancagem das empresas criando mecanismos de reconversão da dívida, e de “limpeza dos balanços dos bancos”, e (iii) promover a inovação através da melhoria da eficiência do sistema de i&D, recentrá-lo na reconversão empresarial e na colaboração Universidades-Laboratórios-Empresas. Em todas estas áreas são feitas propostas concretas. Identificam-se também dois problemas estruturais básicos que são a necessidade de uma reforma constitucional para aproximar eleitores-eleitos e a responsabilização dos eleitos, assim como a qualidade das instituições políticas; e a reforma dos mecanismos de decisão das políticas governamentais, tomando por base as melhores práticas internacionais. Finalmente fazem-se algumas sugestões simples para melhorar a regulação e governação das empresas, e apontam-se alguns erros de análise graves que alguns economistas fizeram e continuam a fazer que têm trazido grandes custos para os portugueses. A apresentação pode ser lida aqui. Debate com um Grupo de Reflexão Estratégica em Lisboa a 24/4/2015.Que caminhos para Portugal r.2

Politicas de Estimulo da Oferta para Acelerar Potencial de Crescimento

Supply-side Policies for Increasing Growth Intervenção no Conselho da Industria Factory Merkel

Portugal está a sair do Programa de Ajustamento pelo que é fundamental reorientar a visão da Politica Economica de uma optica de curto para o longo prazo. Acabou a possibilidade de estimular apenas a Procura devido aos nossos elevados níveis de endividamento. A procura será estimulada pelo aumento da produção e criação de rendimento.

Por isso, é necessário que as políticas se virem para o estimulo à Oferta e crescimento da Produtividade Total dos Fatores. Entre os Países Desenvolvidos o fator Inovação contribui com cerca de um terço para o crescimento do PIB. Mas a política de Inovação não se reduz a financiar o I&D, mas é uma política mais vasta virada para a acumulação do “capital intangível” das empresas. Em Portugal o Estado já financia o I&D a níveis comparáveis à média europeia e temos um numero de investigadores per capita razoável, o problema é que temos o I&D mais ineficiente da Europa, se olharmos para os resultados na produtividade. É necessário uma nova estratégia de Inovação orientada para o desenvolvimento tecnológico a nível empresarial, maior entrosamento entre Universidades-Laboratórios e Empresas. É necessário criar centros de excelência de tecnologia e design a nível setorial-regional. Temos que reorientar os recursos do ensino superior para melhorar a sua performance e para darem uma resposta mais eficaz às necessidades da sociedade e economia. Temos que melhorar e estender o ensino dual e a aprendizagem.

Aqui ficam dois documentos sobre o tema. A nossa intervenção no Conselho da Industria de 2 de Fevereiro de 2015 e a apresentação de slides que a acompanha.Intervenção no Conselho da IndustriaSupply-side Policies for Increasing Growth

Deleveraging in a small economy of the euro

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DELEVERAGING IN A SMALL ECONOMY OF THE EURO v.2

Deleveraging is essential for restoring financial sustainability and avoid recurring financial crisis. After one of the highest credit booms, Portugal as all Euro crisis countries is experiencing a substantial deleveraging of all economic agents, which limits GDP growth potential. The process only started in 2012 for enterprises and intensified for households, but is expected to be initiated in 2015 for the Public Sector. According to our estimates, in a base scenario, it will take up to 2030 for the economy to return to sustainable leverage ratios. In this scenario, enterprises will have to make most of the deleveraging until around 2020, while the public sector will take longer, with households already well in the way for stabilizing the debt ratios. The total debt ratio will have to be cut by 80 pp over 15 years, approaching the 2007 level. In a more stringent scenario, the overall debt over GDP will have to be cut by 130 pp, about the level of 2003, pre-crisis. Both these scenarios will impose a strong restriction on the expansion of the economy, which is expected to grow below its long-term historical path, and will require a major adjustment in corporate finance policies. We show that this challenge is of a heightened intensity than for the public sector. Finally, the paper summarizes policies can play a role in the deleveraging process.

FED supported much more massively banks than the Eurosystem and Bernanke on low interest rates

Bernanke has started a new blog at Brookings Institution that can be accessed here

http://www.brookings.edu/blogs/ben-bernanke/posts/2015/03/30-why-interest-rates-so-low?utm_campaign=Brookings+Brief&utm_source=hs_email&utm_medium=email&utm_content=16811230&_hsenc=p2ANqtz-_aFJNU9gwCpEuy3D7CMBfWO6rpyeuGQDqwtBFrYHmRpZvw6XwRiaAz8l_PJTgQtm3mNm0yAA37mnRzzi9PGeIfQhexqw&_hsmi=16811230

It is interesting the way that Bernanke justifies the policy of the FED (similar to the ECB and BoE) by reference to the “equilibrium interest rate”, a concept introduced by Wicksell at end of 19th century. Basically he argues that real interest rates need to be kept low to lift economies out of recession, over the medium term. What Bernanke has not yet answered is why long-term real interest rates have decreased since 1981: but he promises to do it in an upcoming blog.

In the Euro area short-term real interest rates were close to zero before the global financial crisis, increased to 1-2% during 2007 to 2009 and turned negative in the Euro crisis: -1% on average. Now they are again close to zero. The QE responds in large part to the preoccupation that deflation was increasing the real rates since mid-2013, as the figure attached shows Euro-interest rates.

But what Bernanke fails to show is the the dramatic increase in the FED interventions to support both the banks and US fiscal policy. This was unprecedented by any account.

Although interest rates are the transmission mechanism from monetary markets to the real sector, it is interesting also to measure the amounts of intervention of Central Banks.This analysis is rarely conducted by both Central Banks.

The attached file compares the balance sheets of the FED and the Eurosystem (ECB plus all Euro area Central Banks) FED and EUROSYSTEM INTERVENTIONS.To compare both systems we normalize by GDP.

Some pointers:

1- Interventions in money markets by the FED were much higher than the Eurosystem: the stock of Treasury securities and Asset Backed Securities was 24% of US GDP at end of 2014 compared with only 5% of the Eurozone.

2-Only in 2012, at the height of the Euro crisis the Eurosystem had an intervention close to the FED (10.5 against 17.1%).

3- The Quantitative Easing (Asset Purchasing Program) of 60 Billion Euros, to be implemented until September 2016, introduced by the ECB in March 2015, is just a drop in the ocean compared with the QE of the FED – it will increase holdings of Government securities to around 7% of GDP while the FED has holdings of 14%..

3-The balance sheet of the Eurosystem shows a much larger stock of gold and foreign reserves than the FED continuing to show the dominance of the Dollar as world currency.

In conclusion, the FED will have a much more difficult problem in winning out the US banks and Government than Euro zone countries.