Blog dedicado ao livro A. Mateus, Economia Portuguesa, Editora Principia.

Categoria: Política Orçamental

Análise dos programas eleitorais nas eleições de 6 outubro de 2019

O paper anexo faz uma análise dos programas eleitorais dos principais partidos nas eleições para a Assembleia da República de 6 de outubro de 2019. Esta análise é feita em resposta a um conjunto de quesitos propostos num manifesto subscrito pelo autor e pela direção da SEDES. Este paper foi publicado no Observador a 2 de outubro de 2019, no sentido de procurar melhor esclarecer os cidadãos.

Desta análise resultam duas conclusões: (1) Em todos os programas falta uma análise rigorosa das principais medidas de política propostas e os seus custos e benefícios. Em particular, falta a análise dos seus impactos orçamentais, o que leva a poder apelidar certos programas de irrealistas ou populistas. Esta análise deveria ser feita pelo Conselho das Finanças Públicas, à semelhança do que se faz na Holanda, ou por um think-thank independente como no Reino Unido; (2) A comunicação social em geral faz um trabalho deficiente na análise crítica destas propostas, o que leva a uma deficiente informação dos votantes e à sua consequente desmobilização. Este problema é agravado pela pouca presença da sociedade civil nestas matérias.

 

Economia Estado Eleições v.3.3

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Orçamento, Economia e Democracia

Já está disponível no site da Fundação Francisco Manuel dos Santos o estudo Orçamento, Economia e Democracia, coordendo por Abel Mateus (economista) e em co-autoria com André Azevedo Alves (ciência política), Francesco Franco (economista), Rita Pires (jurista) e José Tavares (economista). Pode aceder em

https://www.ffms.pt/publicacoes/detalhe/2783/orcamento-economia-e-democracia

Trata-se do primeiro estudo multidisciplinar sobre a Política Orçamental e Arquitetura Institucional cobrindo as três funções de estabilidade, eficiência e redistribuição, bem assim como as regras fiscais, o papel do Executivo, Parlamento, Presidente da República e Poder Judicial. Para além do livro estão disponíveis 11 Anexos que desenvolvem os diferentes capítulos do livro. Trata-se de uma análise de médio e longo prazo, abracando o período de 1995 a 2017, mas orientada para a política económica das próximas décadas, a partir do qual se traça uma visão para o futuro deste instrumento fundamental para a gestão do Estado e para o bem-estar dos Portugueses.

Nos países mais desenvolvidos o orçamento do Estado passou de um mero documento contabilístico para um instrumento de gestão global e financeira, com objetivos e programas plurianuais e de controle da performance da eficiência e eficácia dos departamentos e organismos públicos. Esta revolução na gestão do Estado está em vias de se operar em Portugal, pelo que interessa saber quais as melhores práticas internacionais. Mas numa democracia é fundamental o controle político, administrativo e judicial do Estado feito pelo Parlamento e Tribunais, que revela sérias deficiências. Que fazer no sistema político? Como melhorar o controle administrativo e judicial? E o orçamento e a atividade do Estado devem ser apresentados de forma simples ao cidadão. A Política Orçamental é o principal instrumento de estabilização macroeconómica num país da zona Euro, mas está longe de ter sido utilizada com toda a sua potência. A sustentabilidade das finanças públicas já foi posta em causa por três vezes quando o País teve que solicitar ajuda externa. Os impostos e transferências sociais são utilizados para reduzir a desigualdade económica: apesar do papel importante que têm desempenhado, ainda se pode melhorar substancialmente o impacto que têm nas classes mais vulneráveis da população. Qualquer reforma da democracia em Portugal terá que ter em conta as deficiências e preocupações na arquitetura institucional aqui identificadas.

Pode encontrar ainda aqui o Sumário Executivo.

Sumario Executivo v. final

Bem assim como um conjunto de paragrafos sobre “Sabia que” que se retiram do estudo.

Sabia que