Blog dedicado ao livro A. Mateus, Economia Portuguesa, Editora Principia.

Categoria: Democracia Portuguesa

Análise dos programas eleitorais nas eleições de 6 outubro de 2019

O paper anexo faz uma análise dos programas eleitorais dos principais partidos nas eleições para a Assembleia da República de 6 de outubro de 2019. Esta análise é feita em resposta a um conjunto de quesitos propostos num manifesto subscrito pelo autor e pela direção da SEDES. Este paper foi publicado no Observador a 2 de outubro de 2019, no sentido de procurar melhor esclarecer os cidadãos.

Desta análise resultam duas conclusões: (1) Em todos os programas falta uma análise rigorosa das principais medidas de política propostas e os seus custos e benefícios. Em particular, falta a análise dos seus impactos orçamentais, o que leva a poder apelidar certos programas de irrealistas ou populistas. Esta análise deveria ser feita pelo Conselho das Finanças Públicas, à semelhança do que se faz na Holanda, ou por um think-thank independente como no Reino Unido; (2) A comunicação social em geral faz um trabalho deficiente na análise crítica destas propostas, o que leva a uma deficiente informação dos votantes e à sua consequente desmobilização. Este problema é agravado pela pouca presença da sociedade civil nestas matérias.

 

Economia Estado Eleições v.3.3

Desafios da Democracia e Economia Portuguesas

Conferência proferida na SEDES, a 25.3.2019. Começamos por caraterizar o modelo económico prosseguido na atual legislatura e concluir pelo seu esgotamento. Em seguida comparamos as trajetórias de convergência dos países da União Europeia para concluir que o prosseguimento da atual estratégia levar-nos-á a cair da 8ª para a 4ª posição, a contar do fundo, em termos de rendimento per capita, dentro da União Europeia, até 2015. Numa segunda parte fazemos a apresentação das principais reformas políticas e económicas necessárias para relançar o crescimento e melhorar a qualidade da democracia, concluindo pela necessidade de formular uma estratégia coerente e sequencial das reformas.

Aqui pode ver os slides da apresentação:

SEDES-Desafios democracia e economia

Orçamento, Economia e Democracia

Já está disponível no site da Fundação Francisco Manuel dos Santos o estudo Orçamento, Economia e Democracia, coordendo por Abel Mateus (economista) e em co-autoria com André Azevedo Alves (ciência política), Francesco Franco (economista), Rita Pires (jurista) e José Tavares (economista). Pode aceder em

https://www.ffms.pt/publicacoes/detalhe/2783/orcamento-economia-e-democracia

Trata-se do primeiro estudo multidisciplinar sobre a Política Orçamental e Arquitetura Institucional cobrindo as três funções de estabilidade, eficiência e redistribuição, bem assim como as regras fiscais, o papel do Executivo, Parlamento, Presidente da República e Poder Judicial. Para além do livro estão disponíveis 11 Anexos que desenvolvem os diferentes capítulos do livro. Trata-se de uma análise de médio e longo prazo, abracando o período de 1995 a 2017, mas orientada para a política económica das próximas décadas, a partir do qual se traça uma visão para o futuro deste instrumento fundamental para a gestão do Estado e para o bem-estar dos Portugueses.

Nos países mais desenvolvidos o orçamento do Estado passou de um mero documento contabilístico para um instrumento de gestão global e financeira, com objetivos e programas plurianuais e de controle da performance da eficiência e eficácia dos departamentos e organismos públicos. Esta revolução na gestão do Estado está em vias de se operar em Portugal, pelo que interessa saber quais as melhores práticas internacionais. Mas numa democracia é fundamental o controle político, administrativo e judicial do Estado feito pelo Parlamento e Tribunais, que revela sérias deficiências. Que fazer no sistema político? Como melhorar o controle administrativo e judicial? E o orçamento e a atividade do Estado devem ser apresentados de forma simples ao cidadão. A Política Orçamental é o principal instrumento de estabilização macroeconómica num país da zona Euro, mas está longe de ter sido utilizada com toda a sua potência. A sustentabilidade das finanças públicas já foi posta em causa por três vezes quando o País teve que solicitar ajuda externa. Os impostos e transferências sociais são utilizados para reduzir a desigualdade económica: apesar do papel importante que têm desempenhado, ainda se pode melhorar substancialmente o impacto que têm nas classes mais vulneráveis da população. Qualquer reforma da democracia em Portugal terá que ter em conta as deficiências e preocupações na arquitetura institucional aqui identificadas.

Pode encontrar ainda aqui o Sumário Executivo.

Sumario Executivo v. final

Bem assim como um conjunto de paragrafos sobre “Sabia que” que se retiram do estudo.

Sabia que

Que caminhos para Portugal?

A8_NSAPMS2_large Com as eleições legislativas a aproximarem-se é tempo de se fazer uma reflexão sobre que questões o eleitorado colocará aos partidos políticos. As questões económicas que deveriam ser postas podem resumir-se em cinco: (i) que emprego se vai criar? (ii) qual a melhoria de rendimentos e salários? (iii) como se vai completar o programa de ajustamento e colocar a dívida pública numa trajetória sustentável? Os economistas mais esclarecidos e empresários irão perguntar: como se vão desalavancar as empresas portuguesas; e os trabalhadores e pensionistas: como restabelecr a credibilidade e sustentabilidade das pensões? Qualquer programa terá que respeitar a restrição orçamental para manter o acesso aos mercados financeiros e eventualmente levar a uma redução do risco da nossa dívida, o que só se consegue se sairmos em 2016 do grupo dos países com “défices excessivos” e se a recuperação do PIB se acentuar. Em termos de política orçamental propomos que se comece por reduzir os impostos mais distorcionários e só depois se expanda a despesa em áreas prioritárias, e sempre respeitando a necessidade de gerar um excedente primário de 1 a 2% do PIB. Depois de fazer um tour de horizon das propostas maiQue caminhos para Portugal r.2s recentes de política económica mais interessantes (na Alemanha, França e Espanha) a apresentação debruça-se sobre as três grandes áreas em que um programa económico se deve basear: (i) promover a competitividade da economia e a expansão dos transacionáveis, (ii) sustentar a desalavancagem das empresas criando mecanismos de reconversão da dívida, e de “limpeza dos balanços dos bancos”, e (iii) promover a inovação através da melhoria da eficiência do sistema de i&D, recentrá-lo na reconversão empresarial e na colaboração Universidades-Laboratórios-Empresas. Em todas estas áreas são feitas propostas concretas. Identificam-se também dois problemas estruturais básicos que são a necessidade de uma reforma constitucional para aproximar eleitores-eleitos e a responsabilização dos eleitos, assim como a qualidade das instituições políticas; e a reforma dos mecanismos de decisão das políticas governamentais, tomando por base as melhores práticas internacionais. Finalmente fazem-se algumas sugestões simples para melhorar a regulação e governação das empresas, e apontam-se alguns erros de análise graves que alguns economistas fizeram e continuam a fazer que têm trazido grandes custos para os portugueses. A apresentação pode ser lida aqui. Debate com um Grupo de Reflexão Estratégica em Lisboa a 24/4/2015.Que caminhos para Portugal r.2